domingo, 8 de junho de 2008

Agora

As férias estão ai. O tempo de acordar e deitar tarde, curtir dias imensos de praia, (tentar) sair pela noite fresquinha está com o dedo próximo da campainha. As aulas estão a acabar, graças a Deus! A verdade é que ando tão 'cansada' que ultimamente os meus cadernos são dois: o de Matemática, disciplina que não me deixa ensonada, e um pequeno bloco A5, em que registo todas as outras aulas.
Passo a maior parte do tempo a pensar na minha inutilidade, em tudo aquilo que não sei fazer, nos talentos que não tenho, nas coisas a que sou pior que má. Por vezes remexo no baú do 'eu', tentando descobrir algo que se pareça com uma vocação. Encontro medos, passo as mãos por angústias, dou de caras com esperanças... Mas a tal espécie de vocação, nem vê-la! É então que penso no que farei no fututo mais que próximo. Sei que não vou ter média para entrar em Medicina. Sei que não sou extremamente boa a nada e por isso não sei o que fazer. É então que a idéia desistir ganha mais força. Talvez sair da escola e empenhar-me num projecto que se identifique comigo.
Raramente partilho este pensamento com alguém pois sei bem o que dirão. A maior parte das pessoas não percebe como é que uma miúda com 16 anos, no 10ºano e com média de 17 (que provavelmente vai descer...) consegue pensar assim. Na verdade, até eu me censuro por pensar assim. Não são raras as vezes em que observo os outros, as pessoas com quem todos os dias me cruzo. Em todas elas consigo encontrar algo de bom, algum talento. Vejo nelas a confiança que queria ter em mim para acordar todos os dias, com a vontade de lutar para alcançar os meus objectivos. Não posso negar que as invejo e isso faz-me sentir derrotada. Olho-me mas não me vejo, não reconheço em mim a miúda que queria ser. Tenho medo de mostrá-lo, não quero que me vejam assim, caida do meu pedestal de cartas.
Hoje em dia, já não sou a rapariga que costumavam ver e gostar e é a primeira vez que o digo em voz alta. Não sou a rapariga cheia de esperança e vontade de seguir em frente. Caí sem que ninguém me empurrasse, caí sozinha e isso faz-me sentir ridícula. Estou no chão e choro constantemente, mesmo quando sorrio. E sorrio para que não me vejam chorar, porque nisso sempre fui boa. Não peço a mão a ninguém porque agora não serviria nada. Agora estou na escuridão e só preciso Dele, a única luz que ainda se mantem acesa. Vou caminhando e chorando baixinho, sabendo que Ele está ao meu lado, limpando cada lágrima que cai e que os meus amigos estão lá em cima, olhando para mim e sorrindo, pensando que estou ao seu lado. E ainda bem que é assim.




(É natural que o texto esteja algo confuso, reflecte-me.)

2 comentários:

silvino disse...

se os conselhos fossem bons, vendiam-se :p

http://youtube.com/watch?v=t-ayUnaAfkg

por agora fica o video ..quem sabe um dia destes ainda falamos:)

Anónimo disse...

sempre igual ;)

bjinhu